domingo, 28 de junho de 2009

E a Doença foi uma Bênção

Como vem sendo hábito, mensalmente publicamos um artigo do Boletim Paroquial de Quintos cujo responsável, diácono José Rosa Costa, faz chegar a todos os seus paroquianos.
Este mês escolhi este texto pela beleza que nos transmite: o amor e a união na família tendo como elo de ligação Deus.
Não é fácil descrever o que aconteceu naquela família, quando a D. Zulmira foi hospitalizada. O diagnóstico era reservado e o marido foi logo prevenido de que, a ficar boa, a esposa tinha para mais de meio ano de tratamento.
O filho mais velho tinha entrado há pouco na universidade e a mais nova estava no 6º ano. Havia ainda outro filho de uns 15 anos, que também estudava. Toda a família a ia visitar ao hospital. E a doente é que tinha de dar ânimo aos filhos, ao marido e até a outros familiares.
Em casa, nos primeiros tempos, era uma anarquia. Quem é que havia de fazer o comer? Depois era preciso lavar, varrer, limpar. A mãe estava no hospital. A avó aparecia por lá, mas estava tão nervosa como os netos e o genro.
- Façam só o indispensável. Para a semana tenho fé que já vou para casa.
A Zulmira sabia que a sua doença não é das que passam em poucos dias, mas tinha fé que a Senhora de Fátima sabia o que era a falta de uma mãe numa casa. Para além disso era preciso incutir fé e coragem na sua família.
- Rezem o terço todos os dias para que Deus me ponha boa. E não deixem de ir à Missa.
O filho mais velho tomou aquelas palavras para ele. As mais das vezes ficava na cama, em vez de se levantar para cumprir o preceito dominical.
Foram mais de três meses no hospital e depois tratamentos de quimioterapia.
Mas pouco a pouco tudo ia sendo feito naquela casa. Até a mais nova já cozinhava, lavava e varria, quando chegava a sua vez. E todos os dias havia tempo para rezar naquela casa. O universitário de novo se acostumou a levantar cedo ao Domingo para ir à Missa.
A coragem e fé da mãe superou o mal ruim. E a família tinha amadurecido em todos os sentidos.
Passados mais de três anos, tive ocasião de ouvir daquela senhora que a doença tinha unido os membros da família não só entre si mas também com Deus.
Daí que me tenha dito que no seu caso a doença havia sido uma bênção de Deus.

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