domingo, 16 de maio de 2010

Os Pobres Que Paguem A Crise!

 
Atiram-se aos mais necessitados com um despudor inquietante. Retiram-lhes a última migalha como se a mesma tivesse sido roubada. Obrigam-nos a sentirem-se culpados de uma crise que eles não criaram. Mas que a têm que resolver. Ou melhor, pagar.
Quanto aos verdadeiros culpados da crise financeira que nos atinge, nem uma palavra. Nem um reparo. Nada!
A crise financeira que se generalizou é muito grave. Disso ninguém tem dúvidas. Aqui em Londres, tal como em Nova Iorque ou em N'Djamena também ninguém tem dúvidas sobre quem e quais os propósitos de quem provocou esta crise. Só há um grupo de indivíduos que teima em afirmar que não sabe quem foi nem como foi: os políticos. É curioso …
Mas curiosamente todos – a nível global – sabem como resolver esta crise: exigindo sacrifícios aos sacrificados. Uns pedem desculpa, outros nem isso.
Será que não têm vergonha na cara?!
Foi para isso que estudaram?!
Muitos deles professores de economia … bem podiam limpar as mãos à parede.
Para meditação, transcrevo estas inquietantes perguntas:
“Sacrifícios para salvar o quê e quem? Para salvar os grandes grupos económicos que continuam a registar lucros obscenos? Para salvar o capital financeiro que está a lucrar rios de dinheiro com esta crise? Para salvar as políticas de retirada de direitos, de diminuição das condições de vida dos trabalhadores e dos povos e de destruição dos aparelhos produtivos de países como Portugal? Para isso não contem connosco! Era a mesma coisa que pedir ao condenado para salvar o carrasco.”
Jerónimo de Sousa no debate “Estratégia da União Europeia 2020”

 

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