domingo, 6 de novembro de 2011

Novembro e a morte

 
Inicia o mês de novembro com a celebração de Todos os Santos. É no dia 1 que os cristãos evocam todos os Santos.
Já o dia 2 a Igreja consagra-o à memória dos fiéis defuntos.
Sobre este tema transcrevemos parte do texto, de autoria do Sr. Diácono José da Rosa Costa, publicado no boletim paroquial de Quintos «O Sino» do mês corrente:

O Dia de Fiéis Defuntos (Dia de Finados) não é um dia de luto e tristeza. É dia de mais íntima comunhão com aqueles que "não perdemos, porque simplesmente partiram à nossa frente" é dia de esperança, porque sabemos que os nossos irmãos ressurgirão em Cristo para uma vida nova.
No dia 2 de novembro – a que o povo chama Dia de Finados – lembramos efusivamente aqueles que, chamados por Deus, partiram à nossa frente e já transpuseram os umbrais da Eternidade.
Ao recordar os nossos entes queridos vem-nos à memória a morte. Contudo, é tentando perceber a vida que o homem conclui que a morte revela a fugacidade do tempo e deixa uma ferida profunda no coração de quem ama e uma revolta naqueles que, não tendo fé, julgam que a morte é o fim último do homem.
A morte é, e sempre será, um mistério para nós e uma fase da vida por que ninguém gostaria de passar mas que, inevitavelmente, irá acontecer. A morte é a causa da salvação universal. Tememo-la porque somos humanos e, não a desejando, um dia confrontar-nos-emos com essa realidade. Contudo, é a morte que nos lança na luz da Eternidade, por isso nas orações de defuntos rezamos “dai-lhes Senhor o eterno descanso nos esplendores da luz perpétua” o que, de certa forma, vem contrariar a nossa afirmação de medo.
Não há dúvida que nos custa enfrentar a morte, mas quando nos encontrarmos nessa luz da Eternidade perceberemos que o tempo não passa, que não existira o antes e o depois, mas sim o eternamente presente, a alegria infinita na Glória de Deus, que nos criou para a Vida e nunca para a morte.
A morte é a força divinizante que nos projeta do finito para o Infinito, e o Infinito é Deus!
Apesar da dor e da tristeza, das lágrimas e da saudade que provoca, a morte desenvolve o seu objetivo ao serviço da Vida. Com a nossa morte Deus põe fim ao turbilhão de sofrimentos e misérias que passamos para nos restituir a Vida nova e eterna que reserva a cada um de nós.
À luz da Ressurreição de Cristo temos a garantia da nossa ressurreição: «é morrendo que se nasce para a Vida Eterna».
Encaremos a inevitabilidade da morte como um facto natural e, mais do que ter medo, preparemo-nos para esse grande dia em que vamos fazer a nossa páscoa eterna para o encontro definitivo com o Senhor da Vida!

Diácono José da Rosa Costa in «O Sino» novembro 2011
 

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