domingo, 8 de janeiro de 2012

Salvada e a sua igreja (I)

 
Publicou o semanário bejense 'Notícias de Beja' na sua última edição um belo artigo sobre a igreja da Salvada.
É seu autor o professor José António Falcão.
Com a devida vénia ao Notícias de Beja eis a primeira parte do artigo:

Contributo para o Estudo da Igreja de Salvada (Beja)
 
A aldeia de Salvada é uma das mais antigas freguesias rurais do concelho de Beja. A sua igreja atesta a precocidade da aldeia eterá sido edificada ainda nos finais da Idade Média. Embora poucos vestígios chegasem até nós do edifício primitivo, podemos ajuizar da sua importância graças a uma visitação efectuada em 1534 pelo P.e Luís Martins, beneficiado da colegiada da igreja de São João Baptista, de Beja, em representação do Lic.do Luís Álvares de Proença, capelão do cardeal infante D. Afonso, influente bispo de Évora (Túlio Espanca, Inventário Artístico de Portugal, XII, Distrito de Beja. Concelhos de Alvito, Beja, Cuba, Ferreira do Alentejo e Vidigueira, 1, Lisboa, Academia Nacional de Belas-Artes, 1992, pp. 253-254).
Photo: João Palmela
O crescimento dos fregueses da paróquia, no século XVI, levou à remodelação quase integral do edifício, que sofreu novas obras durante o século XVII. A povoação, dotada de terras muito férteis e povoada por gente de iniciativa, desenvolveu-se notavelmente ao longo do reinado de D. João V, pelo que a igreja voltou a mostrar-se reduzida para as necessidades do culto. Em 1755, o pároco e os principais lavradores da terra empreenderam a construção de uma nova capela-mor, mais ampla, para o que se ajustaram com um reputado oficial de pedreiro de Beja, Manuel Nunes. Este assumiu igualmente a erecção de uma sacristia e a remodelação do alpendre da igreja.
Apresentamos aos nossos leitores, em primeira mão, o interessante documento, lavrado em 25 de Maio daquele ano de 1755, pelo tabelião bejense António Mendes de Góis, que formalizou esse ajuste. Trata-se de uma fonte da maior importância para o conhecimento da histórica igreja de Santa Maria (a partir do século XVI, Nossa Senhora da Conceição) de Salvada. Mantemos a saborosa grafia setecentista, de resto muito acessível e evocadora de uma fase brilhante da nossa língua.

José António Falcão in Notícias de Beja nº 4137 de 05/01/2012

No próximo post publicaremos o documento lavrado a 25/05/1755 pelo tabelião António Mendes de Góis.
 

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