sábado, 7 de novembro de 2015

Yah, tasse bem!



Os nossos filhos são sempre – mesmo com provas em contrário – uns santinhos; em contrapartida os filhos dos outros são sempre os pestinhas de serviço.
Sem mais comentários transcrevo, com a devida vénia, o artigo de Vítor Encarnação “nada mais havendo a acrescentar ...” publicado no Diário doAlentejo de ontem:
«Só filmado Pai, ontem o meu diretor de turma zangou-se connosco. Nunca o tinha visto assim tão furioso. E sabes o que é que ele nos disse? Que devia haver câmaras de filmar nas salas de aulas para os pais verem o que os filhos fazem. Imagina tu a seguires a minha falta de atenção em direto através do teu tablet, ou a mãe a assistir à minha insolência ao vivo na televisão da cozinha. Que talvez assim os pais percebessem que os seus filhos também provocam, perturbam, magoam e são indisciplinados. Ele diz que às vezes vocês não acreditam, que o meu filho nunca, isso são os outros, as más companhias. O que é que ele julga? A minha família tem uma boa estrutura, somos gente de bem. Está a insinuar o quê? Mas não é essa a sua profissão? Não é para isso que lhe pagam? Desenrasque-se. Tenha mas é mão nos moços. É isso que dizes à mesa quando estamos a jantar. E até lhe chamaste nomes. E na aula, quando olho para ele, acabo por não lhe ter respeito nenhum. Se tu não tens, por que razão haveria eu de ter?! Às vezes, nas aulas de maior confusão, havias de o ver a perder a paciência, a bater com o apagador no quadro, a bater com o livro de ponto na mesa, a gritar, a desviar-se dos pedaços de giz. É tão ridículo. Havias de ver, Pai. Só filmado.»

 

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