terça-feira, 11 de outubro de 2016

Muro ecológico


Há muros que são uma vergonha, este não.
Trata-se de um cinturão de árvores - com cerca de 15 km de largura e 7.775 km de comprimento - que cruzará todo o continente africano, desde a Mauritânia até Djibuti e tem como objetivo travar o avanço do deserto do Saara.
Começou a ser construído em 2008 e deverá estar concluído dentro de 20 anos. Nessa altura a nova floresta cobrirá uma área de 11.662.500 hectares.
Segundo um estudo da FAO, os onze países implicados na construção da muralha verde — Burquina Faso, Djibuti, Eritreia, Etiópia, Mali, Mauritânia, Níger, Nigéria, Senegal, Sudão e Chade — perdem uma média de 1.712 milhões de hectares de floresta por ano, o equivalente à área de 34 Espanhas.
O projeto é ambicioso, mas conta já com o apoio das Nações Unidas, da União Africana e do Banco Mundial, que se comprometeu a financiar o projeto com 2.000 milhões de dólares.
O maior obstáculo do ambicioso projeto poderá ser a instabilidade política. É que este muro ecológico pretende cruzar o Níger, o Sudão, Mali e Chade, países com grupos armados e organizações terroristas, que impedem a entrada de estrangeiros.
"Nem todas as comunidades vão entender o valor das árvores“, adverte a analista política Mary Harper. Em lugares como a Somália, de onde vem a maioria da população que vivem abaixo da linha da pobreza, “a nova floresta pode rapidamente transformar-se em lenha e carvão“.

 

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