terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Poder local

É sem dúvida o poder que se encontra mais próximo do povo. Foi o poder local - em especial nas regiões do interior onde tudo faltava - quem mais fez em prol das populações que viviam em autêntica miséria. Não podemos esquecer que muitos não tinham qualquer tipo de saneamento básico, água canalizada, arruamentos, e até mesmo eletricidade.
Transcrevo e subscrevo o que publica José Raúl dos Santos, antigo presidente do município de Ourique, no Diário do Alentejo na passada sexta-feira:
«(...) Quarenta anos depois, o poder local transformou e fez crescer aldeias, vilas e cidades, por esse país fora. Muita coisa mudou. E mudou, quase sempre, para melhor. Erros? Só não erra quem não faz. De norte a sul construíram-se equipamentos de lazer, de cultura e de desporto. Construíram-se bairros, estradas, saneamentos básicos, eletrificação em populações afastadas mas, acima de tudo, corrigiram-se problemas sociais. Corrigiram-se injustiças e conquistaram-se direitos. (...)
Ser autarca é a forma mais bela de se fazer política. O poder local é a génese da política e a forma mais digna de servir as pessoas. Poder ajudar os seus concidadãos a vencer as vicissitudes da vida e saber planear uma estratégia de crescimento para a terra que nos viu nascer é muitíssimo gratificante e um enorme desafio.
Defendo, e sempre defendi, que os municípios do interior devem ter, acima de tudo, uma preocupação social. As pessoas são, sempre, o mais importante. Satisfazer as necessidades primárias é uma obrigação, a criação de infraestruturas e o incentivo ao crescimento económico um dever. Ontem e hoje as pessoas precisam de ganhar a vida, precisam de um emprego, de um sustento. Ontem e hoje precisamos de criar riqueza e forma de fixar as populações, designadamente as mais jovens. Caso contrário a sangria da juventude nunca irá estancar.(...)
A desertificação do interior, o envelhecimento da população e a fraca natalidade são os grandes problemas e desafios do poder local, em particular dos concelhos do Baixo Alentejo.
O desemprego, o agravamento das dificuldades das famílias e o combate à exclusão social são carrascos que nos perseguem. Graças a Deus existe o poder local e instituições como as misericórdias que combatem este flagelo.
Ao celebrar 40 anos do poder local democrático saúdo homens e mulheres que, no passado e no presente, desempenharam ou desempenham cargos nas autarquias locais e que, com o seu trabalho, contribuíram ou contribuem com empenho e dedicação para o desenvolvimento dos seus concelhos, das suas cidades e das suas freguesias.»
Imagem: Logo do Município de Marinha Grande

 

Sem comentários: