quinta-feira, 31 de março de 2011

O post do mês de MARÇO

 
21 de março.
Dia mundial da árvore.
O blogue Imprensa Falsa brinda-nos com uma homenagem ao sobreiro.
É, sem dúvida, o melhor post que lemos em março de 2011.

CDS celebra dia mundial da árvore com pedido de desculpas formal à comunidade de sobreiros

Paulo Portas deslocou-se com os dirigentes eleitos recentemente em congresso até à herdade onde se deu o sobreiricídio e leu um pequeno comunicado: «Em nome do CDS, quero aqui hoje pedir públicas desculpas à vossa comunidade pelo abate terrível que aqui ocorreu em 2005, anunciando também que, em sinal de arrependimento, vamos plantar um de vós no Largo de Caldas, até para mostrar que não é nada de pessoal.»

No final da cerimónia foi descerrado um memorial com o nome de todos os 2600 sobreiros abatidos.

Publicado por Zé Pedro em 21/03/2011
 

sábado, 26 de março de 2011

Boas Festas, Quintos!

 
Há cerca de quatro meses que não ia a Quintos. Não por enfado, mas porque por Uppsala tenho vivido estes últimos meses.
Quando entrei em Quintos – hoje, sábado, 26 de março – não queria acreditar. Parecia que estava a reviver o passado recente de quando aqui estive há quatro meses.
Quintos continua uma aldeia bonita e engalanada!
Os pendões luminosos de «Boas Festas» continuam a saudar-nos à chegada!
Não sei se de noite se iluminam, estive em Quintos apenas de dia.
Uma amiga disse-me que as boas festas também são desejadas a quem vier de Serpa, à entrada de Pisões.
A ideia da Junta de Freguesia é seguramente poupar mão-de-obra para o próximo natal...
Um feliz natal à Junta de Freguesia de Quintos são os meus votos!
 

segunda-feira, 21 de março de 2011

I cry for Japan

Tears for Japan!..by Ismail Dogan

domingo, 20 de março de 2011

O camarada Kadafi

 
O Partido Comunista Português acusa o governo de “subserviência e seguidismo em relação às grandes potências imperialistas e da NATO”, porque Portugal votou no Conselho de Segurança da ONU a favor de uma intervenção militar na Líbia. No jornal «Avante!» de 17 de março, afirma-se que “...os laços entre o imperialismo e os revoltosos (líbios) são cada vez mais claros...”.
Confesso que fiquei surpreendido com este tipo de discurso. Julgava eu – erradamente – que o PCP já tinha ultrapassado a fase «tudo o que é antiamericano é bom». O coronel líbio Kadafi é antiamericano. Mas não presta, é um ditador e criminoso.
A defesa a qualquer preço de ditadores e criminosos só porque são antiamericanos é um preço demasiado elevado que o Partido Comunista paga.
Defender regimes políticos como o líbio ou o norte-coreano só empobrece quem o faz.
A revolta a que assistimos no mundo árabe vai, ao que tudo indica, atingir todos os países do golfo. Não acredito que o Conselho de Segurança da ONU seja tão célere em querer atacar ditadores que massacrem os respetivos povos, nomeadamente no Bahrein, Qatar ou Arábia Saudita. Não duvido que os norte-americanos colocarão as suas forças nestes países ao lado dos tiranos que detêm o poder. Mas nessa altura o PCP nada pode dizer... por falta de legitimidade.
 

sexta-feira, 18 de março de 2011

Musa

 
Aqui me sentei quieta
Com as mãos sobre os joelhos
Quieta muda secreta
Passiva como os espelhos

Musa ensina-me o canto
Imanente e latente
Eu quero ouvir devagar
O teu subito falar
Que me foge de repente.

Sophia de Mello Breyner Andresen

domingo, 13 de março de 2011

A pirataria

 
Sempre houve piratas e pelo andar da carruagem é uma atividade em franco progresso.
Há piratas e há 'piratinhas'.
Considero 'piratinha' aquele ou aquela que pratica pequenos atos de pirataria, em que o dolo provocado à vitima é negligenciável ou de pequena monta. É, em suma, a pequena criminalidade, mas que não deixa de ser crime.
É a minha opinião.
Começa amanhã às zero horas uma paralisação das empresas transportadoras portuguesas.
É crime? É pirataria?
Nem pouco mais ou menos. É um direito. Inquestionável!
Mas... e se... se repetir o que se passou em 2008?
Aí estaremos perante uma ação criminosa. De pirataria ao mais alto nível.
Ninguém é obrigado a pôr as suas viaturas na rua. Mais, têm toda a legitimidade a recusar fazê-lo se julgarem, como julgam, que essa é a forma de pressionar o governo a aceder à suas reivindicações compreensíveis.
Mas perdem toda a razão quando formam piquetes como se de grevistas se tratassem.
Perdem toda a razão quando impedem que outros coloquem as suas viaturas na rua.
E por favor, não nos venham com a cantiga que são casos isolados e que fogem ao vosso controlo.
Nunca compreendi, nem ninguém me soube explicar convenientemente, a passividade das autoridades policiais perante os atos de puro terrorismo que se viveu na paralisação de 2008.
Espero que amanhã as autoridades não andem com problemas de visão e que sejam implacáveis perante os arruaceiros do costume.
 

O Guardador de Rebanhos

 
Eu nunca guardei rebanhos,
Mas é como se os guardasse.
Minha alma é como um pastor,
Conhece o vento e o sol
E anda pela mão das Estacões
A seguir e a olhar.
Toda a paz da Natureza sem gente
Vem sentar-se a meu lado.
Mas eu fico triste como um pôr do Sol
Para a nossa imaginação,
Quando esfria no fundo da planície
E se sente a noite entrada
Como uma borboleta pela janela.

Mas a minha tristeza é sossego
Porque é natural e justa
E é o que deve estar na alma
Quando já pensa que existe
E as mãos colhem flores sem ela dar por isso.

Com um ruído de chocalhos
Para além da curva da estrada,
Os meus pensamentos são contentes.
Só tenho pena de saber que eles são contentes,
Porque, se o não soubesse,
Em vez de serem contentes e tristes,
Seriam alegres e contentes.

Pensar incomoda como andar à chuva
Quando o vento cresce e parece que chove mais.

Não tenho ambições nem desejos.
Ser poeta não é uma ambição minha.
É a minha maneira de estar sozinho.

E se desejo às vezes,
Por imaginar, ser cordeirinho
(Ou ser o rebanho todo
Para andar espalhado por toda a encosta
A ser muita coisa feliz ao mesmo tempo),
É só porque sinto o que escrevo ao pôr do Sol
Ou quando uma nuvem passa a mão por cima da luz
E corre um silêncio pela erva fora.

Quando me sento a escrever versos
Ou, passeando pelos caminhos ou pelos atalhos,
Escrevo versos num papel que está no meu pensamento,
Sinto um cajado nas mãos
E vejo um recorte de mim
No cimo dum outeiro,
Olhando para o meu rebanho e vendo as minhas ideias,
Ou olhando para as minhas ideias e vendo o meu rebanho,
E sorrindo vagamente como quem não compreende o que se dizE quer fingir que compreende.

Saúdo todos os que me lerem,
Tirando-lhes o chapéu largo
Quando me vêem à minha porta
Mal a diligência levanta no cimo do outeiro.
Saúdo-os e desejo-lhes sol
E chuva, quando a chuva é precisa,

E que as suas casas tenham
Ao pé duma janela aberta
Uma cadeira predilecta
Onde se sentem, lendo os meus versos.
E ao lerem os meus versos pensem
Que sou qualquer coisa natural —
Por exemplo, a árvore antiga
À sombra da qual quando crianças
Se sentavam com um baque, cansados de brincar,
E limpavam o suor da testa quente
Com a manga do bibe riscado.

"O Guardador de Rebanhos" in Poemas de Alberto Caeiro (Fernando Pessoa)
1ª publicação in Athena, nº 4 Lisboa  Janeiro 1925
  

domingo, 6 de março de 2011

Jesus nossa alegria

 
É do boletim paroquial de Quintos «O Sino» – edição de março de 2011, página 5 – que retiramos este texto que nada mais é que uma reflexão que todos devemos fazer.


Quem, se deixa encontrar no amor e tocar por Jesus, não pode deixar de ser feliz.
Procurar com Jesus o rosto de Deus já é uma fonte inesgotável de alegria. A oração, quando vivida como encontro de amizade, delicia-nos. Partilhar da vida de Jesus torna-nos disponíveis e transparentes, como Ele. A presença gratuita e livre de Jesus liberta quem O acolhe e reveste-o de plenitude. É esta a alegria do encontro na oração. Deus deixa-Se encontrar somente pelos corações desejosos de alegria, na liberdade. Estamos diante da energia interior que nos renova, transforma e sacia.
O Papa Bento XVI disse claramente «não é uma ideia, por maior que ela seja, que leva alguém a fazer-se cristão. Mas somente um encontro decisivo com a pessoa de Jesus Cristo». A própria liberdade permite e facilita o encontro jubiloso que nada nem ninguém pode destruir.
Uma das experiências mais belas vividas pelo ser humano e que o satisfaz é o encontro na verdade. Foi isso que aconteceu com Maria, mãe de Jesus. Ao abrir-se ao encontro com Deus: «faça-se em mim segundo a Tua Palavra», Maria acolheu-O e deu-lhe vida na liberdade. Assim descobriu e experimentou os tesouros da alegria: - «A minha alma louva o Senhor e meu espírito rejubila em Deus, meu Salvador, Ele fez em mim maravilhas».
Sim, só o amor de Deus e a Deus faz o homem feliz.